domingo, 28 de fevereiro de 2010

20 Anos

Nasci pelado
Uma merdinha de gente
Careca e sem dente
Arrancaram meu umbigo
Troço feio e nojento
Que minha mãe guarda como presente.

Cresci Brasileiro
Aprendi a correr pra não apanhar
Era um Diabo atentado e carente
Fiz minha barba
Quando olhei tudo sangrava
A preocupação, a água lavava.

Entrei numa mulher
Quentinha e úmida
Meu peito borbulhava.
Viciei-me
Querendo mais e melhores
Ouvindo Chico num rádio-relógio

Tenho 20 anos
Faço malabares
E toco flauta

Tenho 20 anos
Estudo filosofia
Sou ruim de bola

Tenho 20 anos
Não bebo, não fumo
Mas trago o mundo

Tenho 20 anos
Cada dia quero ser uma coisa
Hoje eu sou 20 anos.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Ser ou não saber?

Eu não sei quem sou
Só sei que não sou o que não nasci pra ser
Quem sabe o que é, sabe só por saber
Mas não me interessa saber o que sou
Quero procurar, mesmo sabendo que nunca saberei quem sou
Será que é triste viver sem saber quem sou?
Será que a felicidade é saber quem sou?
Será que sou e não sei?
Será que um dia saberei quem sou?
Eu não sei pra onde vou
Eu só sei pra onde não quero ir
Será que saber o que não sou e saber para onde não quero ir, facilita saber quem sou?
Quer saber?
Hoje eu sou apenas um poeta, amanhã não vou mais saber quem sou!

Sorrir e rir

Só ela me faz sentir a importância de fazer sorrir. Foi sorrindo que te conheci e a partir dele permiti me apaixonar e com você, agora sorrir; enquanto me fizer sorrir nossa felicidade vai existir; se de verdade me amar, sempre que ler isso um sorriso aparecerá...

Êcov

Quero alguém pra me perder e que me faça esquecer o que eu tinha de lembrar.
Alguém que cante mudo nossos planos para o futuro.
Que chegue tão do nada e aos poucos mude tudo.
Quero alguém com defeitos que eu possa concertar e que me ature dia e noite sem ao menos reclamar.
Quero os beijos mais molhados que alguém pode dar e quando eu estiver triste, me abrace devagar.
Me faça entender que não basta entender.
O que realmente vale é a vontade de viver.
Quero alguém sem mais nem menos.
Quero alguém como você.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O ofício poético

O poeta é o artista que canta suas paixões
Sofre por você e por mim, mas não aprende a lição
Parece até que gosta de chorar e rir em versos
Por trás de tais palavras há um coração estérico
Trudutor de sentimentos o poeta faz bem feito
A arte de representar o sentimento alheio
Um conjunto de letras formam uma palavra
Um conjunto de palavras formam uma frase
Porém seus sentimentos invadem essas frases
Frases que o poeta esculpe com cuidado
Usando o sentimento para finalizar seu trabalho.

O Sertanejo urbano.

O violã que carrego embá do braço chora de tanto cansaço por cantar desilusão.
Mas prumiti que o danado do cupído dessa vez acerta o tiro na custela di Adão.
Se não chorar eu até te roubo uma estrela que ia dar pra tal fía do Tião.
Aquele véio perneta e careca hoje aposentado só da aula pra ladrão.
E meu batuque que é pobre quase surdo vai ditando o tom miúdo dos vagabas de plantão.
Eu como o rei da pilantragem não confundo vadiagem com viver na preocupação.
Até pitú o vira-lata sem vergonha que lambia minha perna me dexo sem explicação.
Vou me embora tomar um banho de rio que de tão poluído hoje nasce até chapéu.