domingo, 2 de janeiro de 2011

Silêncio Coagído

Muitos estão jogados nas ruas
Esperando o acaso que vier
Jovens com armas e sem ideais
São indigentes nos hospitais

Pois falta voz, mas sobra grito
Num silêncio coagído
O lado que a corda arrebenta é sempre o lado do oprimido.

Muitos estão perdidos no mundo
Esperando a esmola que vier
Mortes são capas em todos os jornais
O respeito não existe mais

Pois falta voz, mas sobra grito
Num silêncio coagído
O lado que a corda arrebenta é sempre o lado do oprimido.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Minhas queridas amantes.

Ela partiu.
Pior, me disse quando e onde estaria.
Mesmo assim fiquei perdido, ao mesmo tem tempo junto ao mesmo tempo sozinho.
Dei meu braço, hoje só tenho um, o esquerdo; e olha que sou destro.
Raimundo Fagner me assiste nesse momento
Parece que compôs só pra mim, ou seja, musicou o que tenho aqui dentro.
Tenho duas amantes, mas são bem dadas. Qualquer um que tenha boa vontade pode tê-las, por mais que as vezes elas me deixem sem cabeça, eu insisto.
São muito eruditas, são duas senhoras distintas e educadas, e duas menininhas sem vergonha e assanhadas.
Acolhem os desamparados, afagam os infelizes e enlouquecem aqueles que por elas deixam de viver.
São elas: a Filosofia e a Poesia.
São companheiras infinitas.
Essas nunca vão me deixar, pelo contrário, tentarão tapar o buraco que uma rata roerá.

domingo, 4 de julho de 2010

Para todo sempre e para nunca mais.

Seguindo uma visão Heraclitiana a vida é toda constituída por oposição.
Quando mais a felicidade me abraça mais a tristeza está próxima.
Sempre que estou com quem me alegra, mais rápido o tempo passa e logo ela partirá.
Nunca havia pensado em entender as coisas por essa óptica, até um tanto negativa e desmotivadora.
Mas quem liga pra isso?
Se não chorasse provavelmente me cansaria de rir.
Se não odiasse não poderia perdoar.
Se não escrevesse poderia morrer.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Ato

Parei num sinal
Domingo a noite.
Um cachorro olhou pra mim
Eu olhei pra ele.
Ele acenou pra mim
Eu lati pra ele.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Cala a boca.

Quero fazer uma psicodelica com você.
Tanto faz se meu signo combina com o seu isso é o de menos
Aliás, de menos roupa é como eu quero te ver.
Ah meu português é errado?
Até parece que você está preocupada em conjugar verbos.
Quando o que eu mais quero é prova teu sexo.

domingo, 2 de maio de 2010

O que vejo.

Conseguir o que se deseja é tão importante como um novo corte de cabelo.
No começo fica lindo, uma verdadeira maravilha.
Depois de alguns meses ele perde a forma e você já se acostumou a vê-lo todos os dias igual.
Há aquele tipo de felicidade ilusória que é o caso da chapinha, só fica bom enquanto não molha, ou seja,
só fica legal na frente dos outros; quando se encontra sozinha toda a frustração por não ter cabelo Europeu aparece e você esquece que muitas pessoas em faze de tratamentos dariam tudo para ter seu cabelo, pois elas já não têm mais nenhum fio se quer.
Eu, não penteio o meu, nem passo shampoo, pois acredito que a felicidade deve se dar de dentro para fora.
Outro dia me perguntei se aquilo que minha vó dizia ainda é verdade - "Deus nos faz únicos e diferentes uns dos outros, pelo menos no que diz respeito a aparência."
Bom, acho que hoje isso se inverteu, pois todos vestem a mesma marca e até roupas iguais, o mesmo cabelo, as mesmas maquiagens.
E o que se modificou foram as questões internas, pois por mais que se pinte e modele o barro ele jamais parecerá diamante.

sábado, 13 de março de 2010

Os frutos furtados.

-Sabe senhor! Hoje aprendi que dinheiro não nasce em árvore.
-E como descobriu isso?
-Simples, vi algumas árvores serem cortadas.
-E como isso te fez chegar a tal conclusão?
-Se dinheiro nascesse em árvore todos estariam preocupados em preservar a natureza!