sexta-feira, 16 de julho de 2010

Minhas queridas amantes.

Ela partiu.
Pior, me disse quando e onde estaria.
Mesmo assim fiquei perdido, ao mesmo tem tempo junto ao mesmo tempo sozinho.
Dei meu braço, hoje só tenho um, o esquerdo; e olha que sou destro.
Raimundo Fagner me assiste nesse momento
Parece que compôs só pra mim, ou seja, musicou o que tenho aqui dentro.
Tenho duas amantes, mas são bem dadas. Qualquer um que tenha boa vontade pode tê-las, por mais que as vezes elas me deixem sem cabeça, eu insisto.
São muito eruditas, são duas senhoras distintas e educadas, e duas menininhas sem vergonha e assanhadas.
Acolhem os desamparados, afagam os infelizes e enlouquecem aqueles que por elas deixam de viver.
São elas: a Filosofia e a Poesia.
São companheiras infinitas.
Essas nunca vão me deixar, pelo contrário, tentarão tapar o buraco que uma rata roerá.

domingo, 4 de julho de 2010

Para todo sempre e para nunca mais.

Seguindo uma visão Heraclitiana a vida é toda constituída por oposição.
Quando mais a felicidade me abraça mais a tristeza está próxima.
Sempre que estou com quem me alegra, mais rápido o tempo passa e logo ela partirá.
Nunca havia pensado em entender as coisas por essa óptica, até um tanto negativa e desmotivadora.
Mas quem liga pra isso?
Se não chorasse provavelmente me cansaria de rir.
Se não odiasse não poderia perdoar.
Se não escrevesse poderia morrer.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Ato

Parei num sinal
Domingo a noite.
Um cachorro olhou pra mim
Eu olhei pra ele.
Ele acenou pra mim
Eu lati pra ele.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Cala a boca.

Quero fazer uma psicodelica com você.
Tanto faz se meu signo combina com o seu isso é o de menos
Aliás, de menos roupa é como eu quero te ver.
Ah meu português é errado?
Até parece que você está preocupada em conjugar verbos.
Quando o que eu mais quero é prova teu sexo.

domingo, 2 de maio de 2010

O que vejo.

Conseguir o que se deseja é tão importante como um novo corte de cabelo.
No começo fica lindo, uma verdadeira maravilha.
Depois de alguns meses ele perde a forma e você já se acostumou a vê-lo todos os dias igual.
Há aquele tipo de felicidade ilusória que é o caso da chapinha, só fica bom enquanto não molha, ou seja,
só fica legal na frente dos outros; quando se encontra sozinha toda a frustração por não ter cabelo Europeu aparece e você esquece que muitas pessoas em faze de tratamentos dariam tudo para ter seu cabelo, pois elas já não têm mais nenhum fio se quer.
Eu, não penteio o meu, nem passo shampoo, pois acredito que a felicidade deve se dar de dentro para fora.
Outro dia me perguntei se aquilo que minha vó dizia ainda é verdade - "Deus nos faz únicos e diferentes uns dos outros, pelo menos no que diz respeito a aparência."
Bom, acho que hoje isso se inverteu, pois todos vestem a mesma marca e até roupas iguais, o mesmo cabelo, as mesmas maquiagens.
E o que se modificou foram as questões internas, pois por mais que se pinte e modele o barro ele jamais parecerá diamante.

sábado, 13 de março de 2010

Os frutos furtados.

-Sabe senhor! Hoje aprendi que dinheiro não nasce em árvore.
-E como descobriu isso?
-Simples, vi algumas árvores serem cortadas.
-E como isso te fez chegar a tal conclusão?
-Se dinheiro nascesse em árvore todos estariam preocupados em preservar a natureza!

Mergulho ás cegas.

Lancei-me ao mar à noite
Sem bóia, como se um peixe eu fosse.
Contra a corrente lutei
O horizonte, muito mal eu enxerguei.
Um farol estuprava a escuridão
Que serve de cenário para um ladrão.
Nenhum barco quiz roubar
Sozinho filosofando ponho-me a nadar.
Que de nada me adianta
A não ser o fato de o tempo passar.
Ah esse mar, que muitos não sabem nadar
Vivem de maré sem muito esperar.
Pra lá e pra cá.
Ih, um afundou!
O outro contra a maré nadou.
E você se lançaria ao mar?
E que postura iria adotar?
Nadar, afundar ou deixar a maré o levar?

sexta-feira, 12 de março de 2010

Ao meu querido filho.

Hoje parei para refletir sobre uma coisa e me assustei.
Como para meu filho certas coisas eu explicarei.
Como quando um homem mata outro.
Ou quando como um homem se sente melhor que outro por simplesmente ter menos melanina.

Como explicarei que Deus existe e fazer com que ele compreenda que está nos observando e nos ajudando a toda hora.
Sabe, como ele vai entender que aquele homem barbudo, cabeludo e sujo deitado na rua já foi como ele e até mesmo como eu.

Como explicarei que o mundo em teoria não tem um "dono", mas uma merdinha de metro quadrado custas alguns zeros.
Como explicarei que para mergulhar em algumas praias temos que pagar, ou até mesmo para armar uma barraca no mato e dormir, temos novamente que pagar.

Como explicarei que sempre antes de sair de casa ele terá que me dar benção, se hoje os filhos mal sabem as histórias de seus pais, ou pior, nem sabem em que coisa ilegal seus pais trabalham.
Como vou dizer para meu filho que muitos apanham por conta de sua cor, de seu cabelo, de sua ideologia e por conta de seu time.

Como provarei que é um erro beber e dirigir se logo após a propagando de cerveja vem a de um novo carro que faz massagem no pescoço enquanto ele o dirige.
Como explicarei que seu voto é mais importante que um churrasco e que no futuro aquele que apertou sua mão pode te bater com a mesma.

Acredito que ele entenderá.
Mas se não entender eu relevarei, pois é apenas uma criança.
O problema é ver que os adultos estão cada vez mais burros e não possuem a capacidade de entender tudo isso.

domingo, 7 de março de 2010

Apaixonar-se é bom, sofrer por isso é melhor ainda.

Meu coração desordeiro quase explode no meu peito.
Quero a primavera pulsando nas artérias.
Apaixonar-se é bom
Sofrer por isso é melhor ainda.

O careta geme baixo, ou melhor, nem geme.
O devasso estremece e sempre acede a luz.
Apaixonar-se é bom
Sofrer por isso é melhor ainda.

Bombons e flores são fundamentais.
Uma poesia roubada, tanto faz.
Apaixonar-se é bom
Sofrer por isso é melhor ainda.

O atraso da um charme que aumenta a vontade
Disfarça com um beijo e abre a parte de baixo.
Apaixonar-se é bom
Sofrer por isso, melhor ainda.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

20 Anos

Nasci pelado
Uma merdinha de gente
Careca e sem dente
Arrancaram meu umbigo
Troço feio e nojento
Que minha mãe guarda como presente.

Cresci Brasileiro
Aprendi a correr pra não apanhar
Era um Diabo atentado e carente
Fiz minha barba
Quando olhei tudo sangrava
A preocupação, a água lavava.

Entrei numa mulher
Quentinha e úmida
Meu peito borbulhava.
Viciei-me
Querendo mais e melhores
Ouvindo Chico num rádio-relógio

Tenho 20 anos
Faço malabares
E toco flauta

Tenho 20 anos
Estudo filosofia
Sou ruim de bola

Tenho 20 anos
Não bebo, não fumo
Mas trago o mundo

Tenho 20 anos
Cada dia quero ser uma coisa
Hoje eu sou 20 anos.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Ser ou não saber?

Eu não sei quem sou
Só sei que não sou o que não nasci pra ser
Quem sabe o que é, sabe só por saber
Mas não me interessa saber o que sou
Quero procurar, mesmo sabendo que nunca saberei quem sou
Será que é triste viver sem saber quem sou?
Será que a felicidade é saber quem sou?
Será que sou e não sei?
Será que um dia saberei quem sou?
Eu não sei pra onde vou
Eu só sei pra onde não quero ir
Será que saber o que não sou e saber para onde não quero ir, facilita saber quem sou?
Quer saber?
Hoje eu sou apenas um poeta, amanhã não vou mais saber quem sou!

Sorrir e rir

Só ela me faz sentir a importância de fazer sorrir. Foi sorrindo que te conheci e a partir dele permiti me apaixonar e com você, agora sorrir; enquanto me fizer sorrir nossa felicidade vai existir; se de verdade me amar, sempre que ler isso um sorriso aparecerá...

Êcov

Quero alguém pra me perder e que me faça esquecer o que eu tinha de lembrar.
Alguém que cante mudo nossos planos para o futuro.
Que chegue tão do nada e aos poucos mude tudo.
Quero alguém com defeitos que eu possa concertar e que me ature dia e noite sem ao menos reclamar.
Quero os beijos mais molhados que alguém pode dar e quando eu estiver triste, me abrace devagar.
Me faça entender que não basta entender.
O que realmente vale é a vontade de viver.
Quero alguém sem mais nem menos.
Quero alguém como você.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O ofício poético

O poeta é o artista que canta suas paixões
Sofre por você e por mim, mas não aprende a lição
Parece até que gosta de chorar e rir em versos
Por trás de tais palavras há um coração estérico
Trudutor de sentimentos o poeta faz bem feito
A arte de representar o sentimento alheio
Um conjunto de letras formam uma palavra
Um conjunto de palavras formam uma frase
Porém seus sentimentos invadem essas frases
Frases que o poeta esculpe com cuidado
Usando o sentimento para finalizar seu trabalho.

O Sertanejo urbano.

O violã que carrego embá do braço chora de tanto cansaço por cantar desilusão.
Mas prumiti que o danado do cupído dessa vez acerta o tiro na custela di Adão.
Se não chorar eu até te roubo uma estrela que ia dar pra tal fía do Tião.
Aquele véio perneta e careca hoje aposentado só da aula pra ladrão.
E meu batuque que é pobre quase surdo vai ditando o tom miúdo dos vagabas de plantão.
Eu como o rei da pilantragem não confundo vadiagem com viver na preocupação.
Até pitú o vira-lata sem vergonha que lambia minha perna me dexo sem explicação.
Vou me embora tomar um banho de rio que de tão poluído hoje nasce até chapéu.