sexta-feira, 16 de julho de 2010

Minhas queridas amantes.

Ela partiu.
Pior, me disse quando e onde estaria.
Mesmo assim fiquei perdido, ao mesmo tem tempo junto ao mesmo tempo sozinho.
Dei meu braço, hoje só tenho um, o esquerdo; e olha que sou destro.
Raimundo Fagner me assiste nesse momento
Parece que compôs só pra mim, ou seja, musicou o que tenho aqui dentro.
Tenho duas amantes, mas são bem dadas. Qualquer um que tenha boa vontade pode tê-las, por mais que as vezes elas me deixem sem cabeça, eu insisto.
São muito eruditas, são duas senhoras distintas e educadas, e duas menininhas sem vergonha e assanhadas.
Acolhem os desamparados, afagam os infelizes e enlouquecem aqueles que por elas deixam de viver.
São elas: a Filosofia e a Poesia.
São companheiras infinitas.
Essas nunca vão me deixar, pelo contrário, tentarão tapar o buraco que uma rata roerá.

2 comentários:

  1. "Mas continuo cá,calada, erguendo toda uma vida sobre esses enormes pés calejados, esperando um vento que venha contra mim, derrubando esse corpo escorado num futuro hipotético.

    Simplesmente rabiscando sem motivo, disfarçando um coração enlatado, caindo sobre mim letras do passado.

    Estranho se sentir assim?Estranho é nunca ter se sentido assim, isso sim. "

    trecho de: o futuro é mera hipótese..

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  2. E estou certa de que também não as deixamos por questão de vida ou morte.

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